quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A pesquisa em respeito da tecnologia e inclusão durante seu processo de aprendizagem se tornou indispensável, pois despertou o interesse das pesquisadoras, visto que a sociedade necessitava de uma educação globalizada e inclusiva. Essa tecnologia trouxe grandes possibilidades para o acesso às informações, dentro e fora da sala de aula.


A tecnologia e a informação são peças fundamentais para aceleração da comunicação, esse conhecimento tornou-se um dos progressos fundamentais da espécie humana, pois o avanço tecnológico e a globalização estão cada vez alterando os hábitos e os padrões de vida das pessoas.

Tecnologia inclusiva: aplicativo alagoano auxilia na alfabetização de autistas
O mundo da tecnologia está em constante evolução e entrega cotidianamente à sociedade projetos que auxiliam e movem uma rotina cada vez mais rápida, prática e eficiente.  Inúmeros aplicativos móveis voltados para a comunicação, diversão e produtividade são criados todos os dias. Há ainda quem busque unir o conhecimento tecnológico com a vontade de fazer a diferença e promover a inclusão social. É o caso dos alagoanos criadores do aplicativo ABC Autismo, lançado em 2012 para contribuir com a alfabetização e desenvolvimento de crianças e adolescentes autistas.
Estima-se que no Brasil existam hoje cerca de dois milhões de casos de TEA (Transtorno do Espectro do Autismo), no entanto, o diagnóstico é complexo, demorado e muitas pessoas chegam à idade adulta sem a certeza do seu quadro. É preocupante perceber que não existam, no país, dados atualizados e um controle efetivo dos diagnósticos para um acompanhamento capaz de humanizar e valorizar a causa.
Após quase dois anos de pesquisas na área, estudos de campo e contato com profissionais, pais e crianças envolvidas no universo autista, nasceu o aplicativo alagoano ABC Autismo, um jogo educativo para tablets e smartphones. O projeto foi uma parceria do grupo de pesquisa liderado pela Prof. Dr. Mônica Ximenes, do Instituto Federal de Alagoas, e a AMA-AL (Associação dos Amigos do Autista).
Para dar forma e funcionamento à ferramenta que viria a servir de apoio à educação e diversão de inúmeros autistas, os pesquisadores do curso superior de Sistemas de Informação do IFAL Ezequiel Batista, Wellison Souza e o colaborar Marcos Reis foram fundamentais. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente na Google Play Store (sistema Android).
Equipe de desenvolvedores do aplicativo.

A base para a criação do ABC Autismo veio do programa TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related Communication-handicapped Children), criado na Universidade da Carolina do Norte e mundialmente utilizado – com apoio na psicolinguística – para auxiliar na alfabetização e desenvolvimento da pessoa com autismo e dificuldade de comunicação.
O aplicativo alagoano possui 4 níveis de dificuldade. Do primeiro ao terceiro, trabalha-se a coordenação motora do usuário e características como transposição de objetos e discriminação de elementos. O quarto e último nível, por sua vez, é composto por atividades alfabetizadoras, voltadas ao letramento, como conhecimento de vogais, composição de palavras e sequenciamento de números.
Níveis de dificuldade do aplicativo.
“A aplicação também se beneficia de uma interface lúdica, dinâmica e divertida para manter a atenção das crianças em cada atividade. Isso é obtido graças ao design cuidadosamente pensado de cada elemento, incluindo as formas, contornos, cores e degrade utilizados”, destacou Ezequiel, um dos desenvolvedores do ABC Autismo.
A professora Mônica Ximenes, idealizadora do projeto e acima de tudo mãe de uma criança autista, o Hugo, é presidente e fundadora da AMA – AL, entidade fundamental no processo de desenvolvimento do aplicativo, que contou com a importante avaliação das crianças assistidas, dos pais e dos seus profissionais como pedagogos, psicólogos e terapeutas.
“Todas as ideias têm sido testadas aqui na AMA. Os pais vêm, avaliam, fazem depoimento sobre a empatia do filho com o aplicativo; se ele teve dificuldade ou facilidade de utilização, se ele gosta, se usa muito. Nas etapas prévias nós também conversamos com os profissionais para saber como eles estão enxergando aquela ferramenta como auxiliar no processo educativo”, declarou Mônica.

Em quase quatro anos de disponibilidade ao público, são mais de 50 mil downloads no Brasil e no mundo e reconhecimento por parte de inúmeras famílias e do universo acadêmico. No ano passado, o aplicativo conquistou o 1º lugar na categoria produto no concurso Apps.edu, realizado durante o Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE), em Maceió.
Silvia Cristiane, mãe do Heitor, que já se sentia estimulado pelos aparelhos eletrônicos como computador e celular, viu no ABC Autismo uma forma de aliar a diversão e o desenvolvimento cognitivo do seu filho autista. “O ABC foi uma ótima oportunidade porque aliou o interesse que ele já tinha por tecnologias com algo que é realmente funcional, que seriam as habilidades cognitivas que ele está estimulando com o aplicativo”, afirmou Silvia.



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